WT.AG: Caminho Inverso
Empresa começou como digital e hoje se destaca atuando também no offline
Há 16 anos, quando o sócio-fundador e CEO da WT.AG, Lucas Feltes, começou a fazer site, em Sapiranga, não imaginava a proporção que o negócio tomaria. "Iniciamos este trabalho em um tempo em que ninguém nem site fazia", lembra. Em função da necessidade de mão de obra, há 10 anos a empresa acabou migrando para Novo Hamburgo, primeiramente para a Valetec, Parque Tecnológico da Feevale, onde cresceram mais uma vez, e, então, precisaram de mais espaço. Acabaram se mudando, em 2012, para a atual sede, localizada na Rua General Daltro Filho, 859, no Bairro Hamburgo Velho.
O local é uma imensa casa de dois andares, onde foi a primeira padaria do Vale do Sinos. Uma construção de 1922 e que preserva em seu interior alguns objetos dos antigos donos, como, por exemplo, o forno em que eram feitos os quitutes e um sino, para avisar quando estivessem prontos. O espaço é todo dividido entre o tradicional e o contemporâneo. Ao mesmo tempo em que a arquitetura e alguns objetos foram mantidos, o local foi dividido em algumas ilhas de trabalho - para diferentes times -, as salas de reuniões, a copa, o financeiro e uma sala em formato de aquário.
Mas quem pensa que só porque já estão bem instalados se acomodaram e irão ficar por aqui, estão enganados. Para o próximo ano, a empresa contará com uma nova sede. "Como esta é alugada, agora compramos a casa da frente e, em 2020, estaremos lá", festeja Lucas. Ele enfatiza que foram precursores em trabalhar com conteúdo digital, pois já faziam site de marcas de calçados da região e criaram blogs há um bom tempo. Para isso, contrataram estudantes de Moda da Feevale, para trabalharem este conteúdo e da rede social da época, o Orkut, para migrar para o Facebook em seguida. Neste período, entre 2012 e 2013, foram convidados por um cliente para assumirem como responsáveis pela marca em offline também.
Aceitaram e praticamente montaram uma agência nova, com outro time, para poder atendê-lo. Até então, nunca tinham trabalhado com produtora gráfica, diretor de arte e tudo mais. Nisso, passou a integrar a equipe também o outro sócio da empresa Dudu Rodrigues. Tudo para dar este suporte e para que pudessem trabalhar. Foi assim que a agência se transformou no que é hoje.
Digital first
A empresa que começou sua história no digital hoje é uma agência de comunicação focada em resultados reais, digital first, que está em constante evolução e, desde julho, conta com uma operação em São Paulo, com resultados que já estão aparecendo por lá. "Juntando as marcas que atendemos hoje, temos um alcance muito maior do que tínhamos. Então, nosso trabalho acaba chegando muito mais longe e nos transformando de uma forma diferente. Somos uma empresa acostumada a mudar", celebra o CEO.
Para Lucas, o diferencial da empresa, que começou com duas pessoas e hoje conta com 40 colaboradores com previsão de crescimento para o próximo ano, é ser dinâmica, com capacidade de mudança, comprometimento com o cliente e com o próprio resultado. Além disso, destaca as pessoas que integram os times, pois cada um tem conhecimento maior sobre clientes e marcas, o que, na sua opinião, possibilita uma capacidade imensa em inovar.
Entre os personagens, ele destaca a irmã e sócia Sarah Feltes, que está desde o início na empresa; e o também sócio Dudu, a quem descreve como irreverente, que sai um pouco da seriedade do trabalho. Além deles, Leandro Dettenborn, da Performance; Fernando Bengua, da Criação, que atualmente mora em Madri; Marina, em São Paulo, e Faberson Chequi, que atualmente mora em Portugal e que mudou o planejamento desde que entrou na agência há cinco anos. "São vários personagens que, de modos diferentes, vem a somar. O que nos motiva é procurar sempre fazer algo melhor e ser maior. Sonhar grande é o mesmo que sonhar pequeno", poetiza.
Tempo real
Dettenbron, head de Performance, chegou na empresa há quatro meses, por meio de indicação de um cliente da WT. Ele começa seu trabalho analisando todos os dados e resultados dos dias anteriores, passando informações para as coordenações, que, com os resultados, tomam as decisões sobre quais estratégias seguirão. Os primeiros desafios que encontrou foram ter que acompanhar estes dados diariamente. "Precisei integrar realmente todos os dados de uma maneira em que não importa onde eu estiver, consigo abrir e ter eles atualizados", explica.
Dos fatos inusitados, conta a campanha surpresa QG F.hits, da Vicenza, que movimentou vários núcleos diferentes da agência para fazer um plano e já iniciar em dois ou três dias após. Uma força-tarefa, que uniu energias do off com o online, com objetivos diversos. O grande desafio, segundo ele, foi fazer este evento do ambiente físico, reverberar e ter resultado no digital e no e-commerce da loja. A contribuição profissional que recebeu até agora na empresa está muito voltada a enxergar o Marketing mais 360º, não só o ambiente web, mas o todo da marca, forma que, até então, não tinha trabalhado.
Entre as referências, destaca os chefes Dudu e Lucas. Sobre o primeiro, diz que tem um olhar técnico e estratégico ao mesmo tempo sobre a estética e posicionamento das marcas, o que acaba complementando muito seu trabalho. Já o segundo, é destacado como uma referência comercial e estratégica, e que consegue levar estas duas áreas de uma maneira muito harmônica.
On e Off
Sócia e diretora de conteúdo, Sarah Feltes começou na empresa com o irmão, mas se ausentou em um período para buscar experiência em outros lugares, porém, mesmo assim, sempre esteve ao lado de Lucas. Para ela, a WT cresceu com a internet e desde sempre teve que aprender com este mundo digital. Além disso, diz que estão indo ao contrário de todos os outros, pois o DNA da empresa é digital e hoje estão também no offline.
Dentre os três sócios, é ela quem acaba ficando mais dentro da empresa, uma vez que Lucas e Dudu saem para atender aos clientes ou buscar novas parcerias comerciais. Criação e conteúdo estão sempre juntos para dar início aos trabalhos e colocá-los em prática, então, os projetos são "estartados" por ela.
Revelando que tudo o que já conquistou e aprendeu profissionalmente foi junto da agência, afirma que hoje não imagina uma evolução de outra forma a não ser que seja junto à WT. Além de Digital First, Sarah destaca que, se fosse resumir em uma palavra o DNA da empresa, seria inovação. Não apenas em tecnologia, mas como organização que está sempre se movimentando, aprendendo e buscando mais clientes, conhecimento, mercados e talentos.
Conectados
Dudu Rodrigues, sócio e VP de Criação, conta que o mais desafiador ao chegar na empresa foi trabalhar com um cenário que se falava on e offiline. Para ele, foi positivo trabalhar em uma agência tradicionalmente digital, agregando uma equipe gigantesca com outra cultura e ainda evoluir tudo isso. "Nós conseguimos alcançar este discurso muito à frente de outras empresas, sem derrubar e sem pensar num canal de uma forma tão míope. Entender que, hoje em dia, não temos mais como pensar comunicação separada". Dudu também defende que é preciso trazer as soluções para as marcas. Ou seja, como envolver o usuário, o consumidor, a partir deste conceito.
Uma curiosidade é que a agência sempre tem cachorro, ou seja, é pet lover. O Snoopy, vira-latas misturado com Golden Retriever, segundo Dudu, é como seu estagiário, pois está sempre na volta e muitas vezes chega a sentar na cadeira do Lucas quando ele não está. Já a Peke, uma vira-latas, vai todas as noites para casa com Sarah, mas no outro dia está de volta.
O horário tradicional da agência é das 8h às 18h30, porém, a rotina depende muito das entregas, ou seja, enquanto se tem demanda, tem pessoas nas equipes. No dia da visita da equipe de Coletiva.net, eles já estavam iniciando as produções de Natal. "A partir do momento em que tu és uma empresa digital first não desliga. Estamos o tempo inteiro dando suporte para as pessoas ou respondendo nos canais, então, não é tangível falar de um horário comercial na empresa", pondera Dudu.
Destacando como suas referências os sócios Lucas e Sarah, Dudu diz que troca muitas informações com os parceiros de negócios e com os também citados por Lucas, Fernando e Faberson. Já Gilberto Basualdo, o Beto, no auge de seus mais de 40 anos, é alguém que está há bastante tempo no mercado e consegue agregar estabilidade para os times, que conta com uma equipe jovem, com idades menores de 30 anos. O diretor de arte destaca que gosta muito da parte digital da WT, que tem uma repercussão superpositiva no mercado e, ao mesmo tempo, tem bastante respeito à parte mais tradicional da propaganda. "Este equilíbrio e esta noção do todo, com uma integração 100%, é bárbaro. Acredito que temos que misturar as pessoas e os conhecimentos. Aqui, sinto que rola esta liberdade para todos colocarem as ideias em prática e se desenvolverem", conclui.