Rodney Silva é Jornalista formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), pós-graduado em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e com certificação de Marketing pela Australian Pacific College, de Sydney, na Austrália. Atuou por oito anos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado, onde foi coordenador de Comunicação. Desde 2018, é sócio e diretor de Negócios da Be220, empresa que atua no desenvolvimento de projetos de Tecnologia, como aplicativos, softwares e sites. Comecei perguntando sobre a interseção desses dois mundos:

Você tem uma bagagem grande como comunicador e também como empresário das áreas de Inovação e Tecnologia. Me conta como esses dois universos se fundem no seu dia a dia?

Fiquei um tempo na Austrália, onde fiz minha certificação de Marketing pela Australian Pacific College, em Sydney. Então, quando cheguei aqui, vi que essa área tinha a ver também com o que faço. Na área em que atuo com a empresa, a gente também fala de experiência de público e trabalha muito com base em dados. Na Comunicação, estamos contando histórias e extraindo dados também. Pensar em um aplicativo que faça sentido para qualquer pessoa, desde aspectos pequenos como ter a palavra "gênero" ao invés de "sexo", ou dar possibilidade de acessibilidade para pessoas que não sabem ler é entender as informações e contar histórias que façam sentido pra essas pessoas.

E como a questão da diversidade se faz presente nesse meio?

A empresa na qual sou sócio, a Be220, tornou-se parceira do Pride Connection Brasil, que tem como objetivo conhecer e reforçar ações de diversidade na cultura das empresas. Isso é muito importante para mim. Sempre frisei no meu trabalho a necessidade de termos uma cultura firme, fazer ações internas para falar de assuntos de interesse comum como diversidade. O objetivo é permitir que as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas vidas sem medo de ser quem são, sem precisar fragmentá-la, e viverem suas experiências em completude.

E nessa área de saber quem se é, também precisamos reconhecer nossos privilégios. Como você encara isso?

Exato, existe uma interseccionalidade na questão da diversidade e inclusão. Apesar de ser branco e ter um padrão cis heternormativo, tive algumas situações de preconceito. Claro, com certeza mais sutis do que outras interseções de identidades. Aquela coisa de "será que é ou não é?". Já aconteceu de algumas pessoas perguntarem minha orientação sem ser um assunto em pauta. Ao mesmo tempo que tenho orgulho de ser quem eu sou, também preciso sempre ressaltar, de forma geral, que isso não influencia meu resultado. No ambiente de startup ainda há predomínio de homens brancos e héteros. Claro que vem melhorando, e as empresas do setor vêm encabeçando várias ações. E isso é muito importante, tanto para Comunicação quanto para área de Inovação, porque te dá acesso a mais profissionais do mercado e, consequentemente, a mais ideias e mais pontos de vista.

Sobre isso que você falou: Qual é o limite de atuar num ambiente sem deixar de ser quem é? Como você vê isso como profissional?

Um hetero não fica conversando com um cliente dizendo que é um homem casado, por exemplo. Penso que também não preciso sempre dizer se sou gay, se sou casado ou solteiro. A não ser que eu queria. Essa é a questão: você não se sente obrigado a nada. Às vezes, faço questão de dizer, porque faz parte de fincar a bandeira do movimento e de quem eu sou. Ter LGBTs em cargos de liderança e chefia é também fincar a bandeira.

O que é diversidade e inclusão para você?

Possibilitar que todos tenham acesso às questões educacionais, de cultura, de informação? Um acesso que venha da equidade.

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Esta matéria faz parte de um conteúdo especial sobre diversidade e Comunicação, produzido por Luan Pires para Coletiva.net. Todas as semanas, o jornalista publica uma entrevista exclusiva com o articulista do dia. Para conferir o artigo de hoje, assinado por Rodney Silva, clique aqui.