Para sempre rever e nunca esquecer

Por Marina Mentz

Já que para muitos é preciso ter atestado de reconhecimento internacional para ser considerado um 'bom filme', esse é o único até agora a ter quatro indicações ao Oscar. Lançado quase no fim de 2002, foi lançado no Brasil em 30 de agosto de 2002, e atingiu um público total de quase três milhões e meio de espectadores.

"Cidade de Deus", dirigido por Fernando Meirelles, retrata a vida nas favelas do Rio de Janeiro desde os anos 1960, ao mostrar a ascensão do crime organizado na região.

Aliás, a Claro TV+ vem com mais de 120 canais, Alexa integrada, além de Netflix e Globoplay, onde é possível assistir a este longa. Tudo por apenas R$ 99,90 por mês.

O elenco tem diversos atores não profissionais, recrutados de comunidades locais. Isso deu autenticidade às performances - mas, a que preço? O documentário "Cidade de Deus - 10 Anos Depois" conta um pouco sobre isso. Mas um dos exemplos mais duros é o fato de a cena em que uma criança é convocada a escolher se quer ser alvejada na mão ou no pé. Após ser atingida, ela chora copiosamente. A personagem é feita por Felipe Paulino da Silva, que tinha 7 anos na época e realmente chorou durante a gravação. A cena já foi considerada como a mais violenta da história do cinema. Em entrevista coletiva, Fernando Meirelles chegou a dizer:

- "O Felipinho confundiu ficção com realidade".

Além de não profissionais, o elenco tem também Alice Braga e Seu Jorge. Já atores, como Douglas Silva e Leandro Firmino, tiveram suas carreiras impulsionadas pelo filme. Algo que se destaca e faz da produção referência é a fotografia, com cores vibrantes e uma câmera dinâmica para transmitir a energia.

"Cidade de Deus", em resumo, retrata a sobrevivência e a busca por identidade em um ambiente hostil, mas real. A produção é uma recomendação essencial para quem busca entender um recorte da complexidade social do Brasil.

 

 

Autor
Marina Mentz é jornalista, doutora e pesquisadora das infâncias brasileiras. Cofundadora da Bisque Laboratório Criativo, tem experiência na área de Comunicação, com passagens por agências e redações de jornal impresso, televisão, rádio e digital. Há 12 anos, pesquisa a presença das violências contra infâncias na mídia. E-mail para contato: [email protected]

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