André Foresti fala sobre novos jeitos de encarar a inovação no Summit Empreender 40+

Fundador do estúdio Troublemaker convida o público a refletir sobre a maneira com que se encara a inovação

André Foresti traz exemplos bem-humorados e dinâmicos para ensinar a pensar com as tecnologias, e não contra elas. - Crédito: Coletiva.net

"Estamos emburrecendo. Não me olhem com essas carinhas, está acontecendo". Essa é uma das primeiras falas de André Foresti, fundador do estúdio de inovação Troublemaker, no Summit 'Empreender 40+', no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. Mas nem só de afirmações disruptivas se constituiu a fala de André, que conduziu a palestra com o tema 'Aprendendo a Repensar'. 

O empreendedor trouxe, utilizando imagens dinâmicas, exemplos do cotidiano e perguntas que provocam reflexão, ideias de inovação e o processo pelo qual elas passam até se tornarem fatos consumados pela sociedade. Além disso, conceitos de empreendedorismo e da velocidade com o que tudo acontece atualmente, introduzindo a busca pela validação externa, e o quanto ela é um empecilho na inovação atual. 

Da resistência ao fato consumado

"Uma coisa quando acontece, ela vai, desde ser desconhecida até ser um fato consumado, tem resistência", afirma. Ele exemplifica utilizando a terapia online, que, ao ser introduzida, foi recebida com resistência. Com a pandemia, ela se tornou uma obrigação. Hoje, terapia online é fato consumado. 

André traz nomes conhecidos quando traz a frase "Inovação nunca foi unânime, de jeito nenhum". Usando os Beatles de exemplo, o empreendedor convida a plateia a se perguntar o que teria acontecido se os Beatles tivessem redes sociais e desistido ao ouvir críticas. "A inovação não vai vir sozinha. Se você tem um carro mal estacionado, ele ainda está estacionado, só não tem espaço para nada novo", observa.    

Camadas

Mostrando a icônica imagem do skyline de Nova York, André introduz o tópico que ele chama de camadas. Mostrando fotos de um bar e depois da praia, afirma "Isto aqui também é Nova York. Então, são as camadas que a gente acessa de conteúdo. E como não as acessamos, ficamos expostos ao raro, o falso, o distorcido."

A camada da angústia também é um fator importante. André fala sobre a angústia de processar. Relembra de um caso de uma professora que levou alunos adolescentes para um museu e pediu para que, por três horas, eles olhassem um quadro. "Eles sofreram muito, mas eles começaram a ver coisas que não estavam vendo. Eu trouxe para a gente ver uma maçã. Já que eu tinha pouco tempo, eu pensei: vamos ver uma maçã por 15 minutos", brincou. É com a analogia da maçã que o profissional traz o conceito do alívio de ir adiante e angústia de esperar, que toma conta de jovens e adultos atualmente. "Sentiram a angústia, né? (8:40) Tipo, sério que a gente vai ver por 15 minutos? Cara, fala. pelo amor de Deus", continuou, após um momento de silêncio angustiante. Para André, atualmente, a informação não é mais processada. 

Porém, há também a camada da ambiguidade. "Estamos com um cenário tecnológico muito ambíguo", afirma. Muitos riscos, mas, ao mesmo tempo, muita novidade. De acordo com o profissional, estamos no olho do furacão da transformação. "Quando descobriram o fogo, não foi no primeiro dia que decidiram, nossa, ele queima, vamos botar uma luvinha, vamos fazer um churrasco. Demorou um tempo para entenderem o que estava acontecendo". Para ele, é esse o exato momento em que nos encontramos. De transformação. 

Reflexões finais

Se aproximando do final de sua fala, André, com ajuda de referências, analisa a ideia de que estamos terceirizando nossas ideias. E, mesmo sendo humanos, com inteligência social, potencial, empatia e criatividade, não é o suficiente, e a acomodação e a hipnose coletiva que estamos sofrendo terão consequências. "Não é do tipo, somos humanos então está resolvido." Com bom humor, ele introduz a pergunta "Quem é o jockey e quem é o cavalo aqui? O que vamos fazer para reativar nosso pensamento crítico?"

Fechando o círculo da fala, o palestrante volta a falar a palavra 'troublemaker', dessa vez como conceito. Se auto-nomeando um, declara: "Os troublemakers são os que fazem a diferença. É a galera que faz acontecer. São aqueles que metem a mão na massa". A grande lição da fala de André Foresti é pensar com a cabeça. Pensar de forma crítica e profunda, para que a IA possa ser uma aliada, e não uma concorrente. "Quem é o robô? Nós ou eles?", pergunta. André deixa o palco tendo inspirado a alimentar ideias, negócios e estratégias. A pensar com originalidade, com profundidade e com senso de aliança com as tecnologias que hoje nos rodeiam. 


A equipe de Coletiva.net está presente no no Summit Empreender 40+, realizado em 29 de outubro, no Teatro Bourbon Country, em Porto Alegre. e Comunicação, realizado em Canela, na Serra Gaúcha. Durante a cobertura, participam a gerente de Conteúdo Patrícia Lapuente, a repórter especial e social media Márcia Dihl e as assistentes de Redação Ronise Garcia e Ana Rosa Scheibe, que produzem matérias, entrevistas e bastidores diretamente do local. O público pode acompanhar a cobertura completa no portal Coletiva.net, com repercussões nas redes sociais - incluindo Facebook e Threads - e conteúdos exclusivos no Instagram e drops na Coletiva.rádio.

Comentários