Brasil tem um dos maiores desafios éticos na Comunicação latino-americana

Conforme Monitor de Comunicação da América Latina 2020-2021, País também se destaca negativamente na situação de gênero

Edição contou com patrocínios acadêmicos - Créditos: Reprodução

O Brasil está entre os países que possuem os maiores desafios éticos na Comunicação na América Latina, junto de Argentina, El Salvador, Peru e Uruguai. O País também apresenta a maior diferença entre a percepção de quanto a questão da diferença de gênero melhorou nos últimos cinco anos (60,9%), em comparação com apenas 8,7% que concordam que o que foi feito neste período é suficiente. Esses são alguns dados levantados pelo Monitor de Comunicação da América Latina 2020 - 2021 (LCM, sigla em inglês).

De acordo com a publicação, além da ética, a Covid-19 intensifica os riscos de ataques cibernéticos, a lacuna de gênero e impõe maior profissionalização e desenvolvimento de competências em Comunicação Estratégica e Relações Públicas na América Latina. 

O estudo aponta que uma em cada duas pessoas que exercem a profissão na região enfrentou desafios éticos no trabalho diário durante o último ano. Esses estão relacionados ao uso de bots para gerar respostas nas redes sociais e à exploração de dados pessoais do público por meio da análise de big data.

Outro ponto levantado são as questões estratégicas de forma regional. A maioria dos respondentes (39,4%) apontou 'enfrentar a evolução digital e a web social', a qual se mantém desde 2016 como a principal. Já a menos relevante é  'acabar com os problemas de gênero em diferentes níveis' (16,2%). 

Com relação ao desenvolvimento de competências, há uma diferença entre homens e mulheres. Enquanto elas acreditam em suas habilidades de negócios e Comunicação, eles valorizam significativamente mais as de dados e tecnologia. 

Esta disparidade também é sentida na ocupação delas nas empresas. O LCM mostra que a maioria dos profissionais é de mulheres em mais da metade dos departamentos e órgãos de Comunicação. No entanto, uma em cada duas atinge cargos de gestão.

Com avaliação ainda de dados como o salário e níveis de excelência nos departamentos de Comunicação, o LCM é organizado pela Associação Europeia de Educação e Pesquisa em Relações Públicas (Euprera) e compõe o Monitor de Comunicação Global. 

Para a edição foram ouvidos 1.683 profissionais ativos de Comunicação Estratégica e Relações Públicas, representando 20 países da região. Academicamente patrocinado pela Universidade de Oregon, Universidade Latina da Costa Rica, pelo Banco Centro-Americano de Integração Econômica (Cabei) e Instituto de Relações Públicas (IPR), o estudo completo pode ser conferido, em espanhol, neste link.

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