Cinco perguntas para Carlos Tevo

Publicitário, que acredita nunca ter deixado de ser diretor de Arte, atualmente está como diretor de Criação na HOC

Carlos Tevo, como é conhecido, começou a carreira na Paim - Crédito: Arquivo Pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Eu me chamo Carlos Estevan Farneda, porém muitas pessoas não sabem disso, já que sou mais conhecido como Tevo, um apelido de infância que acabou me acompanhando na vida profissional. Nascido e criado em Porto Alegre, sou casado com a Simone Gasperin (a melhor mídia que o mercado gaúcho já teve e a potencial melhor psicóloga a que o mercado terá) e pai do Ignácio, o carinha que mudou absolutamente tudo na minha vida, especialmente a forma como eu me relaciono com as pessoas. 

Desde o começo da faculdade eu tinha a ambição de trabalhar como diretor de Arte em agências de Publicidade, porém minha carreira começa em outra área: no Planejamento, em uma consultoria chamada Paim e Consultores. Lá, eu tive o privilégio de - já na primeira experiência profissional - trabalhar com algumas pessoas que são referência no mercado, como a Lara Piccoli, o Marcus Paim e a Luciane Paim. Pouco mais de um ano depois, surgiu a oportunidade de migrar para a Criação e eu fui com vontade, disposto a aprender o máximo possível. Foram quase cinco anos de Paim atendendo clientes como Renner, Nacional Supermercados e Rossi Residencial.

Após sair da Paim, tive uma passagem de pouco mais de um ano pela DCS antes de ir para a Competence, agência em que fiquei por sete anos, a maioria deles atendendo a Panvel, ajudando a desenvolver a Comunicação de marcas próprias, junto de uma dupla muito especial, a Cristina Carvalho. 

Em 2014, eu tive minha primeira experiência como diretor de Criação na 8, uma empresa do grupo da Paim que nasceu como endobranding e que, com a minha chegada para a montagem de uma equipe de criação, se tornou uma consultoria com entrega criativa. Para mim foi muito especial, afinal foi um retorno ao começo da minha vida profissional, já que voltei a trabalhar com a Luciane Paim e com Marcus Paim.  

Durante meu período na 8, comecei a praticar mais a fundo a criação junto da estratégia criativa, funções que hoje eu não consigo dissociar, além de ter tido a oportunidade de liderar a equipe de criação responsável pela chegada de uma marca incrível no Brasil: a The Body Shop.

Com o nascimento do meu filho em 2016, eu senti a necessidade de desacelerar, e na virada para 2017 optei por testar novos caminhos profissionais, porém o período de testes acabou sendo curto e logo estava de volta ao mercado, dessa vez na Morya. A Morya, agora HOC, é um capítulo muito importante na minha carreira, que ainda estou escrevendo. É a agência onde tive grandes reconhecimentos criativos e que hoje lidero a equipe de criação junto do meu dupla Marlon Santos e do nosso diretor de criação executivo Greg Leal, além de voltar a trabalhar com a Lara, assim como foi no meu primeiro estágio.

2 - Por que decidiu atuar com Publicidade e Propaganda?

Às vezes eu me pergunto isso também. É um campo meio nebuloso nas minhas memórias adolescentes. Mas lembro de ouvir as histórias da mãe de um primo que trabalhava na TV Cultura, e depois teve uma produtora, e fiquei muito encantado com aquele universo. Também me lembro de ficar assistindo a programas de televisão especializados em comerciais como forma de entretenimento. 

Com certeza, isso tudo teve influência no meu processo de decisão. Quanto à direção de Arte, mais especificamente, eu escolhi pelo prazer que eu tinha na fotografia e na observação de cenas a partir de diferentes ângulos e, enquanto diretor de arte, eu ainda poderia utilizar as imagens para contar histórias, extrapolando a criatividade apenas da composição de cenas.

3 - Recentemente, você deixou de ser diretor de Arte para se tornar diretor de Criação na HOC. Como foi essa mudança para você?

Eu não considero que deixei de ser diretor de Arte para me tornar diretor de Criação. Acredito que sempre serei um criativo publicitário, especializado em direção de Arte e que hoje está diretor de Criação de uma das maiores agências do Estado. Minha formação vai me acompanhar sempre.

Agora, falando sobre as atividades, houve uma mudança significativa nas minhas responsabilidades e na minha rotina diária. Se algum tempo atrás era bem mais individual no sentido de passar mais tempo executando uma tarefa, hoje ela é muito mais coletiva, discutindo ideias com a equipe e assumindo a linha de frente junto aos clientes, mas para mim está sendo um processo natural. Meu maior desafio neste momento é interno, comigo mesmo: dar liberdade e tranquilidade criativa para o time sem ficar ansioso com o resultado. 

4 - Como a atuação com a direção de Arte auxilia você nesta nova experiência profissional?

A minha bagagem como diretor de Arte me ajuda a tomar decisões mais certeiras e objetivas em relação aos trabalhos que estão sendo conduzidos pela equipe, tanto na etapa de concepção das ideias, quanto na produção dos criativos. Eu gostaria de destacar também a importância da minha formação como designer para esse novo momento da minha carreira. A metodologia do design adaptada e aplicada no dia a dia dos clientes me ajuda a entender melhor os objetivos dos trabalhos, as etapas a serem percorridas e principalmente fazer avaliações que vão além do senso estético. Eu sou um fã do design e acho que todo o diretor de Arte deveria se dedicar ao seu estudo.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Fazer planos de médio prazo nunca foi muito a minha praia, sempre preferi fazer planos mais curtos, com objetivos mais claros. Posso dizer que pro próximo ano meu objetivo é me consolidar como diretor de Criação da HOC e fazer trabalhos que sejam reconhecidos nacionalmente. 

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