Cinco perguntas para Tatiana Sager

Jornalista e cineasta dirige a série 'Retratos do Cárcere'

Tatiana Sager - Guga Freitas

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou jornalista formada pela PUC, em 1989, e produtora e diretora cinematográfica. Como jornalista, trabalhei como fotógrafa nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, NH e Pioneiro. Atualmente, sou sócia-diretora da produtora Panda Filmes. Fui produtora-executiva dos longas 'Casa Vazia', 'Comboio de Sal e Açúcar', 'Em 97 Era Assim', 'Insônia', 'Mi Mundial', entre outros, e das séries de TV 'Oxigênio', 'Paralelo 30' e 'Amélio', que será lançada em setembro. Dirigi os longas-metragens 'Central - o Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil' (premiado internacionalmente e terceiro documentário mais assistido no cinema brasileiro em 2017) e 'Olha Pra Elas' (documentário sobre encarceramento feminino, ainda inédito), os curtas 'Janete', 'O Poder Entre as Grades', 'Enjaulados', 'VIdas em Risco' e 'Pena Sem Crime', além da série documental de TV 'Retratos do Cárcere'.

2 - Como e por que decidiu seguir na área do Cinema?

A carreira no cinema começou um pouco por acaso. Depois de voltar de Londres, onde morei por dois anos, comecei a trabalhar como assessora de imprensa para vários projetos de cinema. A partir daí, para não ficar longe da fotografia, comecei a trabalhar como assistente de câmera nos longas do diretor Paulo Nascimento, como 'Valsa para Bruno Stein', 'Em Teu Nome', 'A Oeste do Fim do Mundo' e em outros do diretor Beto Souza, como 'Insônia' e 'Dias e Noites'. Ao mesmo tempo, tornei-me produtora-executiva dos filmes da Panda Filmes e comecei a pensar nos meus próprios projetos no gênero documental, pois também não conseguia ficar longe do jornalismo, que é algo próximo do cinema documental.

3 - Como surgiu a ideia de criar a série 'Retratos do Cárcere'?

A série foi idealizada a partir da montagem do documentário 'Central', quando percebemos que não poderíamos abordar todos os assuntos em um só documentário. Então, eu e o Renato Dornelles decidimos fazer um projeto de série, no qual pensamos em episódios que abordassem temas como a vida de trans e travestis em presídios masculinos, a situação dos familiares de presos, a religiosidade nas prisões, a questão dos egressos do sistema, entre outros.

4 - Como o cinema e o audiovisual podem contribuir com a população? 

O audiovisual pode contribuir como forma de entretenimento, tendo um papel educativo e  também como forma de conscientização e principalmente como identidade cultural de um povo.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Nos próximos cinco anos, pretendo continuar produzindo audiovisual, finalizando projetos que estão em andamento e trabalhando com os documentários já lançados, junto a universidades, comunidades e entidades sociais. Eu e o Renato também estamos finalizando o livro 'Relatos do Cárcere', a quatro mãos, que será lançado ainda este ano pela nossa editora e produtora Falange Produções. Além de consolidar o canal do youtube Falange TV, que lançamos há um mês, e trata de assuntos relacionados a direitos humanos, segurança pública e sistema prisional. Ainda dentro de cinco anos, pretendo me aventurar na direção de uma série de ficção baseada no livro 'A Cor da Esperança', de Renato Dornelles. Já estamos trabalhando no roteiro.

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