O Summit Empreender 40+ começou em grande estilo na manhã desta quarta-feira, 29, no Teatro Bourbon Country, em Porto Alegre. Com a trilha de abertura, a 'Milonga para as Missões', de Renato Borghetti, embalou a entrada dos músicos e deu o tom afetivo e regional da programação. Logo em seguida, o comunicador e músico Fabinho Vargas, integrante do grupo Tchê Guri, nos anos 1990, deu início à cerimônia com uma fala inspiradora sobre propósito, maturidade e recomeço.

"Isso aqui não é um evento, é um caminho", anunciou Vargas. "Quero falar sobre essa história de empreender. E quero fazer uma promessa: no ano que vem, todos nós vamos poder dizer 'eu estava no primeiro Empreender 40+'."

Durante sua fala, Fabinho emocionou o público ao compartilhar reflexões sobre o envelhecimento, as bolhas digitais em que estamos inseridos e a importância de buscar conexões verdadeiras. Ele lembrou que desde os anos 1970 já se discutia a "idade-limite" da produtividade,  e destacou como essa visão precisa ser revista.

"Dizem que a vida começa aos 40, mas essa frase nasceu em uma época em que as pessoas se aposentam nesta idade. Hoje, aos 40, a gente tem repertório, contatos e vontade de fazer. Trabalhamos em muitos lugares, acumulamos experiências, e agora é hora de transformar isso em movimento", defendeu.

As bolhas e a desconexão digital

Em um dos momentos mais provocativos de sua fala, Vargas abordou o isolamento gerado pelos algoritmos das redes sociais. Ele compartilhou sua visão de que vivemos em bolhas. "Nunca estivemos tão próximos e, ao mesmo tempo, tão distantes". Alegando que cada um vive dentro do próprio algoritmo, achando que o mundo todo pensa como ele. Para ele, é preciso filtrar o que nos serve e buscar, nas bolhas ao lado, o que pode nos puxar para cima. 

Com exemplos bem-humorados, ele comparou figuras populares de diferentes nichos, de Virgínia Fonseca a Frei Gilson, para ilustrar como as referências mudam conforme o universo digital de cada pessoa. "Mas como esta pessoa ao meu lado não conhece a Virgínia, em que mundo ela vive?, brincou Fabinho, complementando que todos habitamos o mesmo mundo, só em algoritmos diferentes. 

Inovação é sobre resolver dores

Para o apresentador, a inovação vai muito além da tecnologia. "Inovar é resolver dores. Às vezes é dentro de casa, com amigos, no trabalho. É ser alguém disposto a trazer soluções", afirmou.

Vargas também compartilhou sua própria trajetória de reinvenção: concluiu o ensino médio pelo Educação de Jovens e Adultos (EJA) aos 36 anos, formou-se em Marketing aos 40 e, aos 54, cursa mestrado com uma tese sobre o próprio tema do evento - o Empreender 40+. "A vida não para, ela não espera. Ela segue andando", completou.

Ao longo da abertura, Fabinho lembrou exemplos de personalidades que encontraram novos começos em diferentes fases da vida: Boni, Coronel Sanders (fundador do KFC), Fernanda Torres, Luiza Trajano e Nizan Guanaes,  todos símbolos de longevidade criativa e reinvenção. "Talvez alguém aqui pense que o trem já passou. Mas se o Boni, aos 89 anos, acabou de lançar um livro, que desculpa a gente tem? Se passou pra ele, passa pra nós também", provocou o apresentador, arrancando aplausos.

A força de um ecossistema

Na sequência, Fernando Puhlmann, um dos idealizadores do movimento Empreender 40+, foi chamado ao palco. Em tom de gratidão, Vargas celebrou a parceria com Puhlmann e com Fábio Bernardi, destacando a união que deu origem ao projeto. "Ganhei dois grandes amigos, parceiros de caminhada. O Fernando é um trator de trabalho, o Fábio é um gênio", falou sobre a parceria dos sócios à frente do projeto que está sendo lançado hoje. 

O evento contou ainda com o apoio da Mythago, produtora responsável pelo manifesto audiovisual do Empreender 40+, que teve narração feita por uma mulher com mais de 50 anos, um gesto simbólico, desatracado por Mocita Fagundes, que reforça o propósito do movimento de dar voz e visibilidade aos profissionais maduros.

A equipe de Coletiva.net está presente no no Summit Empreender 40+, realizado em 29 de outubro, no Teatro Bourbon Country, em Porto Alegre. e Comunicação, realizado em Canela, na Serra Gaúcha. Durante a cobertura, participam a gerente de Conteúdo Patrícia Lapuente, a repórter especial e social media Márcia Dihl e a assistente de Redação Ronise Garcia, que produzem matérias, entrevistas e bastidores diretamente do local. O público pode acompanhar a cobertura completa no portal Coletiva.net, com repercussões nas redes sociais - incluindo Facebook e Threads - e conteúdos exclusivos no Instagram e drops na Coletiva.rádio.