Jornalistas se emocionam ao relembrar cobertura do incêndio da Boate Kiss

Tragédia em Santa Maria completou cinco anos no último sábado

Boate Kiss após incêndio, há cinco anos - Reprodução

A cobertura do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, foi um dos momentos mais marcantes para os jornalistas Flávio Ilha, Márcia Dihl, Nathália Fruet e Tulio Milman. Cinco anos após a tragédia, os comunicadores relembram com emoção dos dias que marcaram não só suas vidas profissionais, mas as pessoais também. "É muito forte. Uma experiência que te muda enquanto pessoa", relatou Márcia que, na época, atuava como produtora na TV Record. O incêndio em Santa Maria completou cinco anos no último sábado, 27.

Notoriamente abalada, ela relembrou, em entrevista ao Coletiva.net, os detalhes da cobertura e de como foi acompanhar os desdobramentos do caso. "Foi muito difícil. Quando viajei para Santa Maria, não sabia o que iria encontrar", contou, ao mencionar os velórios e homenagens que presenciou. "Pedia desculpas para os familiares por ter que solicitar uma foto ou uma fala." A produtora, que ficou uma semana na cidade, chegou a trabalhar até 15 horas por dia para colher as informações e, ao final, na Missa de Sétimo Dia, disse que não segurou a emoção. "Chorei copiosamente."

Ao portal, Tulio, que cobriu o caso para o jornal Zero Hora, disse que não tem como esquecer os dias que esteve envolvido com a tragédia. "A tua pergunta já me faz emocionar. Nunca vivi nada parecido em 25 anos de profissão", declarou. Sobre o caso, falou que espera justiça para que aqueles que perderam alguém tenham, ao menos, um alento. "Que sirva de exemplo e que não se repita. Temos que lembrar para que nunca mais aconteça", pontuou.

Flávio, que cobriu como correspondente para O Globo, lembrou que há exatos cinco anos era arrancado da cama para enfrentar um dos momentos mais difíceis da carreira. "Não tínhamos noção da dimensão e, enquanto eu me dirigia a Santa Maria, o número de mortos só aumentava. Era muita tensão." O cenário, conforme recordou, era de muita tristeza quando chegou ao ginásio, onde estavam sendo colocados os corpos das vítimas. "Quem vivenciou aqueles dias, nunca mais esquece." Flávio, ainda, lamentou que, após cinco anos, o caso ainda não esteja solucionado. "Mostra a falência do nosso sistema e é muito triste para quem acompanhou o drama daquelas famílias."   

A repórter Nathália Fruet, à época repórter da Band, relatou que é impossível não relembrar aqueles dias e que a cobertura do incêndio da Boate Kiss foi a situação mais impactante da sua carreira. "Mexeu comigo enquanto profissional e ser humano", analisou, ao recordar quando chegou ao município durante o velório coletivo que ocorria no ginásio. "Jamais vou esquecer aquela cena."

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