Lutas marcaram o 2022 do Sindjors

Carla Seabra, primeira vice-presidente da entidade conversou com Coletiva.net

Carla Seabra também destacou conquistas da entidade - Divulgação

Para a primeira vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), Carla Seabra, 2022 foi marcado por lutas. Em resposta à Coletiva.net, ela mencionou o trabalho da entidade nas negociações por reposição salarial e na defesa de jornalistas agredidos em função da profissão.

"Tivemos um ano bastante exigente, com muitas denúncias de assédio moral em redações e de violência contra jornalistas. Passamos por uma difícil negociação salarial, onde conseguimos a reposição da inflação", relembrou. Além disso, a crise econômica pela qual o Brasil passa também afetou as contas do sindicato, que viu o número de filiados e de adimplentes diminuir, o que resultou na queda de arrecadação.

Porém, também houve comemorações em 2022, como a celebração dos 80 anos da entidade. "Essa longevidade é resultado de três palavras que nos definem: resistência, resiliência e reinvenção", pontuou Carla. Em alusão ao aniversário, diferentes atividades foram lançadas: a exposição virtual 'Fotojornalismo como protagonista da notícia' e o seminário 'Conversa com Basília Rodrigues' são exemplos. Além disso, ainda foi ao ar nas redes sociais o programa 'A Palavra é Tua', que traz uma entrevista com a ex-presidente Vera Daisy Barcellos.

O ano ainda reservou conquistas para o Sindjors, como a Convenção Coletiva 2022/2023, que alcançou uma reposição salarial de 100% da inflação e colocou em pauta, para negociações futuras, a equiparação dos pisos da Capital e do Interior do Estado. Para a profissional, outro fator importante do último ano foi a volta da presença da entidade em redações gaúchas, a partir dos delegados e diretores sindicais. Mais um fato comemorado foi a promessa do então governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) de que a segurança dos trabalhadores da imprensa fosse garantida na cobertura de protestos.

Para além das dificuldades

Apesar das dificuldades econômicas enfrentadas, em 2022, o Sindjors arrecadou o suficiente para o pagamento de despesas, além de conseguir manter em dia os acordos de dívidas antigas. "Fechamos o ano com uma boa saúde financeira", informou Carla.

No entanto, o fim de 2022 trouxe preocupações, principalmente em relação às notícias falsas. "Temos outra árdua batalha, que é contra as fake news, inadvertidamente utilizadas, em larga escala, para disseminar ódio, informação distorcida, mentira e manipulação", opinou. Mas, para este ano, a expectativa é de um cenário de valorização dos sindicatos, da "busca por direitos do trabalhador, de discussão e de unificação de categorias e conquistas".

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