Pesquisas identificam aumento da credibilidade de jornalistas

Cientista política Elis Radmann revela que o crescimento das deepfakes levam as pessoas a procurar fontes confiáveis

Deepfakes e informações equivocadas têm levado o público a buscar o jornalismo como fonte oficial - Créditos: Reprodução YouTube/Nova Coonline

 Estudos de pesquisa realizados na capital e no interiro do Estado identificaram, já desde o final do ano passado, que houve um aumento na credibilidade das informações divulgadas por jornalistas profissionais. A revelação foi feita pela pesquisadora e cientista social Elis Radmann, diretora do IPO - Instituto de Pesquisas de Opinião, em conversa com o grupo virtual Nova Coonline. Segundo Elis, este não foi um movimento que começou com as eleições, mas cresce agora no período eleitoral. "Nós temos que entender que houve um aumento das fake news. O eleitor se sente meio medroso: como é que eu vou confirmar se isso é real. Então o que ele faz? Vai dar um google e procurar se informar em suas fontes confiáveis".

A pesquisadora citou como exemplo a doença Mpox: pesquisas apontaram que, quando recebem uma mensagem de um familiar sobre o assunto, especulando que vem aí uma nova epidemia, as pessoas vão procurar fontes de referência. "Em vez de procurar um jornal, elas estão procurando um jornalista de referência especialmente nas cidades pequenas do interior, que sempre vão olhar para seus jornalistas tradicionais". Elis disse mais: "Se um candidato faz determinada acusação a adversários, os eleitores estão provocando os jornalistas para que identifiquem se o fato é verdadeiro. O eleitor quer que o jornalista se posicione e investigue o fato". Segundo Elis, as pessoas procuram as informações com familiares e buscam os jornalistas para validar. Agora no período eleitoral, as fontes de informação, pela ordem, serão o influenciador familiar, o jornalista, as redes sociais e só depois o horário eleitoral gratuito. "Este último vende o posicionamento, a imagem do candidato, mas a decisão se dará muito mais no fórum íntimo e de segurança das famílias e da rede de relacionamento."

Desde março, Elis revelou que sondagens realizadas em várias cidades do Estado apontam que as falsas informações e fatos disseminados através de deepfakes e da inteligência artificial têm deixado as pessoas literalmente assustadas. "Candidato que surge em vídeo afirmando que odiava aquele bairro, que aquele bairro nem deveria existir. É uma deepfake, mas as pessoas ficam apavoradas. Pensam: antes eu confiava na imagem com a pessoa dizendo, e hoje não posso nem confiar na imagem?". Daí, conclui, o incremento da busca pela verdade em fontes seguras, nas quais confia.

A conversa com os jornalistas da Nova Coonline pode ser conferida no canal do grupo no YouTube.

O Nova Coonline é um grupo de amigos, composto por profissionais experientes da imprensa gaúcha, que se reúne para debater os desafios do setor. Na ocasião, estiveram presentes as seguintes personalidades: Alexandre Bach, Elaine Lerner, Eugênio Bortolon, Isara Marques, Jorge Polydoro, José Antonio Vieira da Cunha, José Nunes, Marina Wodke, Nilson Souza e Ricardo Chaves, o Kadão

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