Roberto Brenol Andrade se despede do Jornal do Comércio

Jornalista, aos 81 anos de idade, optou por encerrar as atividades profissionais

28/04/2023 15:00
Roberto Brenol Andrade se despede do Jornal do Comércio /Crédito: Tânia Meinerz

Com 81 anos de idade, 60 de profissão e 54 de Jornal do Comércio, o jornalista Roberto Brenol Andrade se despediu das atividades profissionais neste mês. Em comunicado enviado ao mercado, o, até então, editor-chefe de Opinião do veículo relata que se sente satisfeito e alegre pelo trabalho realizado em mais de cinco décadas ?junto a colegas competentes?, assim como pela confiança das direções do JC durante todos esses anos.

Apesar de afirmar que já sente saudades da redação, Brenol destaca a certeza de que a equipe manterá ?a tradição de bem informar sobre economia, negócios e demais editorias?. O jornalista relata ?muitas emoções e satisfações?, como viagens, representações oficiais, coberturas e a ocasião ?inusitada? em que a redação foi dividida com os profissionais da Zero Hora, após uma inundação no parque gráfico da empresa na Avenida Ipiranga.

Embora garanta que as recordações e o interesse pelos noticiários continuarão, ele acredita que se acostumará com a falta das tarefas jornalísticas. "A todos os que ficam no Jornal do Comércio e com a lembrança e saudades de outros nomes que passaram pela empresa, na direção, no administrativo, nos recursos humanos, na circulação, na publicidade/comercial, na impressão e na redação, meus votos de felicidades pessoais e profissionais", completa.

Roberto Brenol Andrade

Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Roberto Brenol Andrade começou a carreira como repórter e passou pelas funções de editor, chefe de Reportagem e editor-chefe de Opinião do Jornal do Comércio. Da sua trajetória, ele destaca a ocasião em que, enquanto colaborador da rádio Guaíba, aos 22 anos, ofereceu-se para registrar a participação do Brasil nas forças de paz enviadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao Canal de Suez, entre junho de 1963 e outubro de 1964.

Como soldado-jornalista, acompanhou de perto a rotina dos militares. As fotos, as gravações e os textos que produzia chegavam à Companhia Jornalística Caldas Júnior por meio de aviões do exército. Por fim, em 1985, lançou o livro 'Batalhão Suez: Missão árdua ou tempo perdido?', em que relatou a experiência. A publicação ainda lhe rendeu um 'Prêmio ARI de Jornalismo'.

E sua relação com a Associação Riograndense de Imprensa não se limitou a isso. Nos anos 60, integrou o Conselho de Ética e Legislação de Imprensa, ao lado do presidente Sérgio da Costa Franco e de Luiz de Pilla Vares. Indicado pelo Sindicato dos Jornalistas Rio Grande do Sul (Sindjors), em 1966 representou o Estado no Seminário Esso de Jornalismo no Rio de Janeiro. Ainda foi chefe do Gabinete de Imprensa da prefeitura de Porto Alegre na administração de Telmo Thompson Flores (1969-1975).