Impulsionadas pela IA, APIs oferecem flexibilidade orgânica para o Marketing

Com superautomações, profissionais não dependem de conhecimento técnico em Tecnologia para transformar dados em decisões rápidas e assertivas

Em um mundo cada vez mais interconectado, o verdadeiro valor da tecnologia não está apenas em armazenar ou processar dados, mas em criar pontes que aproximem sistemas e equipes. As APIs, agora também com apoio da Inteligência Artificial (IA), podem transformar com maior facilidade a informação bruta em decisões estratégicas e experiências personalizadas. Mais do que tecnologia, são instrumentos que possibilitam pensar e interagir com o digital de maneira orgânica.

O termo 'Interface de Programação de Aplicações (API)' existe desde antes da virada do milênio e a essência continua a mesma desde então: uma API funciona como um conjunto de formatos de conversação entre sistemas, permitindo que aplicações distintas troquem informações de forma organizada. Essa é a definição apresentada por Iuri Andreazza, Chief Technology Officer (CTO) e cofundador da Noûs - consultoria em Tecnologia, especializada em soluções digitais, inteligência de dados e automações com Inteligência Artificial (IA).

Ou seja, em vez de depender de processos manuais de exportação e importação de dados, as APIs automatizam o envio e recebimento de informações. Essa integração é uma das bases para uma personalização mais precisa e para automações mais inteligentes e estratégicas.

Hiperpersonalização e superautomação nas APIs

Um dos desafios do Marketing moderno diz respeito à pulverização de dados dos usuários em múltiplas plataformas, de redes sociais a e-commerces, o que dificulta a compreensão plena do público-alvo. Contudo, as APIs permitem centralizar informações, resultando em ações mais personalizadas conforme os pixels de rastreamento coletam e armazenam o comportamento do usuário em bases únicas.

Além disso, é interessante traçar uma linha entre as possibilidades antes e depois da IA. "Antes, os produtos e as comunicações personalizadas olhavam para grandes grupos. Hoje, esse nível de customização consegue ser maior", explicou. Isso porque, além da perspectiva de entregar materiais publicitários adaptados individualmente, há um ganho ainda maior na oferta de serviços e produtos que são hiperpersonalizados na sua essência e não apenas como forma de divulgação.

Outro termo que faz parte do universo das APIs é a 'superautomação', evolução das automações que só se tornou possível a partir da Inteligência Artificial. "As IAs habilitaram um mundo de flexibilidade orgânica. Com meia dúzia de palavras, um software entende o que precisa ser feito. Eu diria que vamos ver o mundo digital cada vez mais integrado e orgânico", projetou Andreazza.

Martech: o encontro entre Marketing e Tecnologia

A integração via APIs não apenas conecta sistemas, mas também promove uma convergência estratégica entre Tecnologia e Marketing. Enquanto a primeira opera com estabilidade, escalabilidade e segurança, a segunda requer urgência, experimentação e ciclos curtos. "A Tecnologia é como uma Engenharia: o prédio não pode cair. O Marketing é mais humano. Não precisa levar quatro anos construindo um prédio se tem como vender o produto numa barraca", exemplificou. Foi para mediar esse tipo de desafio que surgiu o conceito de Martech.  

Em vez de reinventar toda a infraestrutura tecnológica e demorar semanas, meses ou até anos para entregar algo novo, é possível criar pontes entre sistemas já existentes, como CRMs, plataformas de e-mail e ferramentas de análise. "A barraca caiu quando deu vento? Caiu. Mas precisava durar para sempre? Não", ponderou Andreazza. Além disso, a combinação de APIs e IA no universo das Martechs cria um ecossistema em que dados fluem de maneira contínua, segura e eficiente, o que gera resultados mais rápidos e previsíveis. "Com as superintegrações e superautomações, o profissional de Marketing consegue ter um Retorno sobre o Investimento (ROI) na ponta da língua. Porque, no final das contas, é sempre sobre vender e sobre quem vende mais e melhor", destacou.

Inteligência Artificial como conector

Embora Inteligência Artificial esteja permeando e alterando diretamente diversas tecnologias, esse não é o caso das APIs, que continuam sendo apenas canais de comunicação entre sistemas. Elas definem protocolos, formatos de dados e regras de troca, mas não interpretam ou decidem o que fazer com a informação. Nesse cenário, a IA entra como um elo: "Você consegue desenvolver plugins e configurar a Inteligência Artificial para saber quando acionar uma API. Essa é a parte legal, é trazer uma facilidade muito maior para pessoas que não são técnicas".

Ao mesmo tempo, essa liberdade traz desafios, especialmente no que se refere à segurança da informação. "Uma boa API entrega, de forma rápida e precisa, apenas a informação necessária para aquele sistema usar", resumiu. Na maioria dos casos, essas aplicações usam a internet para transportar dados e é imprescindível que esse tráfego entre sistemas não seja interceptado. "Precisa ter codificação segura em todos os níveis", pontuou. Uma API mal configurada ou exposta pode vazar dados sensíveis e com a IA acessando grandes volumes de informação, os riscos se ampliam. 

No fim das contas, fica evidente que a Tecnologia e criatividade precisam caminhar lado a lado. Enquanto as APIs seguem como os canais que estruturam a comunicação entre sistemas, a Inteligência Artificial assume essa posição de elo que transforma essa interação em algo mais ágil, intuitivo e estratégico. Neste cenário, o equilíbrio entre automação, personalização e segurança se torna o grande desafio e também uma oportunidade tanto para empresas quanto para profissionais.


Alavancar essas tecnologias é fundamental para otimizar operações e potencializar o crescimento de negócios a longo prazo. Por isso, o cenário de tecnologia para Marketing conta com um espaço dedicado neste portal. Acompanhe na editoria ColetivaTech.

Comentários