O jornalista, radialista e escritor Beto Xavier assumiu o cargo de coordenador da rádio FM Cultura. O comunicador se desligou, na última semana, da União FM, onde trabalhava desde o começo de 2016. Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o comunicador avaliou o período que atuou na emissora de Novo Hamburgo e falou sobre o novo momento na carreira.

Para o radialista, ingressar na FM Cultura é certeza de desafio, pois, segundo ele, a emissora é uma rádio muito querida, com fãs, um público fiel e seleto, que tem como primazia e como conceito a música boa. "Principalmente a música brasileira, que é a minha especialidade. Eu sou um pesquisador da Música Popular Brasileira, tenho um livro publicado sobre futebol e música brasileira, tenho uma discoteca razoável."

Beto afirmou que a FM Cultura é uma empresa que tem enormes possibilidades, pois, de acordo com ele, por ser uma emissora estatal e que não tem um conceito comercial, oportuniza experimentos de ideias. "Uma rádio dedicada à cultura, que dá espaço para músicos e músicas que normalmente não tocam e nem tocarão em outras. É uma empresa que se preocupa com os eventos culturais, principalmente de Porto Alegre e Rio Grande do Sul", contou.

Conforme Beto, o desafio será pôr o seu "tempero", pois nesses quase 44 anos de profissão, já passou por diversas rádios em São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, onde conheceu profissionais excelentes, e afirmou nunca ter trabalhado em uma empresa de radiodifusão que não tivesse uma boa programação. "Isso posso falar com convicção e a Culturaé uma emissora que tem muito haver com o meu gosto e estilo musical. Então é realmente um desafio."

Convite

Beto contou que o convite para assumir a coordenação da FM Cultura partiu do  jornalista Cléber Grabauska e do diretor-geral do veículo, Caio Klein. Ele já havia trabalhado com os dois no Grupo RBS e os conhecia há muito tempo. "Eu sempre participava de programas esportivos na rádio Gaúcha e lá conheci o Cléber, e a gente sempre falava sobre futebol. Nós dois temos um gosto muito grande pela história da modalidade, por jogos antigos, por ter estatísticas de campeonatos, nos tornamos amigos", comentou. 

Já Caio, ele conhece desde que passou pela extinta RBS TV de Florianópolis, e por terem sido colegas na Itapema FM, em Porto Alegre. "Recebi o convite uma vez que o Cléber estava se desligando e indo para a CBN de Joinville e me convidou perguntando se eu não gostaria de coordenar a FM Cultura. Acho que nem pensei duas vezes e aceitei o convite, gostei do desafio e da proposta", disse Beto.

Caio contou que quando Cléber comunicou sua saída, os dois começaram a pensar em nomes para sua substituição e o de Beto foi um consenso. De acordo com ele, a história do comunicador, por si só, já o qualifica para coordenar a FM Cultura, pois é jornalista, radialista e escritor, e tem um trânsito e conhecimento no meio cultural, o que tem tudo a ver com a rádio. "Temos certeza de que qualificará muito, não só a gestão da emissora, mas principalmente a nossa programação", explicou o diretor-geral.

União FM

Beto recordou que chegou na rádio União FM no começo de 2016 e ficou por lá durante sete meses, pois foi trabalhar em Cuiabá na rádio Centro América, do Grupo Zahran, porém não se adaptou e logo retornou para a emissora gaúcha. O jornalista contou que na União participou, junto aos radialistas Cagê Lisboa e Denise Cruz, da reformulação da emissora, que antes sofria com problemas de vazamento de som e tinha uma locução "muito padronizada". "Ela continuou tocando música boa, com uma programação musical de excelência com um novo tipo de locução e se tornou uma rádio mais competitiva. Então foi um período muito legal e interessante, principalmente por ter participado dessa transição", explicou.