Especial Dia da Mulher: empreendedoras são realidade na Comunicação gaúcha

Coletiva.net ouviu Eliana Camejo, Lara Piccoli, Luana Rodrigues, Mariana Turkenicz e Queli Giuriatti

Da esquerda para direita: Eliana Camejo, Lara Piccoli, Luana Rodrigues, Mariana Turkenicz e Queli Giuriatti - Crédito: Divulgação

De modo geral, empreender não é uma tarefa fácil, uma vez que para o negócio dar certo é preciso passar por diversas barreiras até se encontrar a perfeição dos serviços. E quando falamos do universo da Comunicação, não é nada diferente. Mas, em se tratando de mulheres que decidiram enfrentar esse cenário, a missão é ainda mais complexa. 

Por isso, a reportagem de Coletiva.net conversou com Eliana Camejo, CEO da Camejo Comunicação; Lara Piccoli, sócia-diretora da House Of Creativity (HOC); Luana Rodrigues, fundadora da AOUM - Comunicação Intencional e host do podcast 'Mulheres Políticas'; Mariana Turkenicz, sócia-fundadora e diretora da Enfato Multicomunicação; e Queli Giuriatti, diretora executiva e fundadora do QG Comunica Assessoria de Imprensa e Relacionamento Digital, a fim de ouvir seus relatos sobre empreendedorismo feminino. 

Eliana Camejo

Para Eliana, ser dona do próprio negócio é sobre autonomia, impacto e legado. Como mulher, a gestora vê o empreendedorismo não apenas como um caminho profissional, mas como um ato de transformação. "Ao longo da minha trajetória como jornalista, especialista em gestão de reputação e conselheira de administração, percebi que ser empresário mulher traz benefícios que vão muito além da liberdade financeira", disse.

De acordo com a comunicadora, seguir esse caminho, não apenas gera impacto econômico, mas também contribui para mudar a percepção sobre a liderança feminina. "Cada mulher que ocupa um espaço de decisão e protagonismo abre caminho para tantas outras. No fim das contas, empreender sendo mulher é sobre escrever a própria história e garantir que outras possam fazer o mesmo."

Lara Piccoli

Lara acredita que o benefício de empreender sendo mulher é poder olhar para as causas femininas e fazer algo por elas, ser parte de uma rede de apoio. Além de ter o poder de influenciar, minimamente que seja, na construção de uma sociedade mais justa e mais humana. 

"Falamos tanto em uma sociedade com mais educação, mais saudável, o embrião disso é uma mãe poder ficar mais com seu filho sem se sentir 'devendo'. Uma licença-maternidade de seis meses, por exemplo, que dê conta do período mínimo da amamentação", explicou.

O 'chegar lá' da mulher no empreendedorismo, para Lara, vai depender muito de uma negociação com ela mesma sobre os preços que ela quer pagar. De acordo com a gestora, cada história é diferente da outra e depende do momento de vida. 

"Não acredito que exista alta performance 100% do tempo. Colocamos energia em um aspecto da vida e, por mais que seja do perfil da mulher fazer muitas coisas ao mesmo tempo, se a energia é muita, outra dimensão receberá um pouco menos."  

Luana Rodrigues

Luana vê o empreender tanto como um desafio quanto como uma oportunidade de transformação, na forma mais pura da palavra. De acordo com a comunicadora, os benefícios não estão apenas no crescimento profissional, mas na capacidade de mudar estruturas, enquanto mulher, ampliar espaços e redefinir narrativas já há muito cristalizadas. 

"Sem dúvida, como mulheres, trazemos para o empreendedorismo uma visão sistêmica, empática e estratégica, que conecta inovação com propósito e resultado", avaliou. Conforme Luana, para ocupar o lugar que quiser, uma mulher precisa estar ciente de que o caminho exigirá estratégia, resiliência e autoconfiança. 

Ainda segundo a profissional, não basta apenas ser competente, é necessário saber se posicionar, negociar e construir alianças. "É preciso entender as regras do jogo, não que ela precise se submeter a elas cegamente, mas é necessário aprender a navegar em ambientes ainda marcados por desigualdades estruturais", explicou.

Mariana Turkenicz 

Por outro viés, Mariana acredita que para as mulheres empreender seja ainda mais desafiador em algumas áreas e, principalmente, quando se tornam mães. Conforme a ela, ao passo em que se gera independência e mais autonomia, exige um malabarismo diário para conseguir equilibrar todos os papéis que se mesclam em muitas situações. 

"Somos uma pessoa só, que não se divide em profissional e pessoal. Sempre entendi assim, não tem botão que aciona um ou outro. Somos o conjunto. Para mim, empreender exige essa visão. É intenso, mas encantador." 

Mariana afirmou que para a mulher ocupar o lugar que quiser estar é necessário saber o que quer, ter planejamento, definir estratégias, entender públicos e, acima de tudo, ter pessoas que acreditam ao seu lado. "Na minha opinião 'chegar lá' é estar feliz com nossas escolhas e ter motivação todos os dias para fazer melhor."

Queli Giuriatti 

Queli relatou que vê que as mulheres ainda têm um caminho a trilhar, em busca de respeito e equidade. De acordo com a gestora, há muito mais agências de Publicidade, Assessorias de Imprensa e escritórios de Comunicação em geral liderados por mulheres. "Posso arriscar que a maioria é liderada por mulheres atualmente. Nossas características natas são perfeitas para atuar no segmento: somos multitasking, dinâmicas e abertas à mudança."

Para a mulher ocupar o lugar que quiser estar, para Queli, precisa estar pronta para os altos e baixos e para a constante atualização e adaptação que a Comunicação demanda. Já para empreender, em especial, é preciso se testar e descobrir se tem o perfil. 

"É preciso estar ciente do que vem no combo 'ter sucesso na empresa e ter uma vida fora dela'. Importante também é estudar sobre as qualidades que fazem de uma pessoa empreendedora, tal como fazer cursos sobre finanças, ou então, cercar-se de pessoas que sejam experts."

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